As mulheres ocupam um papel importantíssimo na sociedade e são uma das grandes forças do mercado de trabalho, além de muitas delas serem responsáveis pelo sustento da família.

Ao longo do tempo as mulheres vêm ocupando espaço, se destacando e sendo protagonistas nas organizações.

É importante refletir sobre esse assunto. Embora ainda existam desafios para as mulheres, à medida que elas vêm mostrando resultados para as organizações, esse espaço vai se consolidando.  

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Defasagem histórica 

Ao longo dos anos temos visto a evolução do trabalho feminino. As mulheres foram conquistando espaço no mercado de trabalho e tendo sua capacidade reconhecida, em qualquer função ou profissão que exerçam. O perfil diferenciado das mulheres aliado a inovação e tecnologia tem contribuído para a conquista desses espaços. Hoje, vemos mulheres atuando em todas as áreas, até mesmo nas que historicamente eram consideradas masculinas. 

Mas, apesar dos avanços e progressos dos últimos anos, ainda existem algumas barreiras a serem quebradas no que se refere a participação feminina nas empresas. Para a psicóloga Valéska Walber, que também exerce o cargo de vice-prefeita do município de Carazinho (RS), ainda existe muita disparidade em termos de espaços ocupados por homens e mulheres por conta de viver um machismo historicamente forte. “A mulher demorou muito até poder desenvolver seu potencial profissional porque antes era vista apenas como mãe e esposa”, comenta Valéska.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1950 apenas 13,6% das mulheres eram economicamente ativas. Em 2010 esse número passou para 49,9% e em 2020, 51,2%. Mas, apesar de serem a maioria, elas ainda ocupam menos cargos de liderança que os homens. Segundo pesquisas, apenas 39,1% dos cargos gerenciais e somente 16% dos postos de alta gestão são ocupados por mulheres. 

Diferenciais femininos no ambiente de trabalho

Pesquisas realizadas no Brasil revelam que a liderança feminina gera um resultado operacional 48% maior. Algumas habilidades se destacam no ambiente de trabalho, como a sensibilidade e a afetividade, que melhoram as relações entre as lideranças e suas equipes, proporcionando um clima organizacional mais humanizado. Essas características também auxiliam na comunicação mais eficiente e na conciliação de conflitos, já que elas buscam a participação ativa de todos os colegas, estando sempre abertas a ouvir e dialogar. Esse “pensamento coletivo” ajuda a construir um ambiente organizacional com mais diversidade e igualdade. 

Por isso, se torna cada vez mais imprescindível ter mulheres nas equipes. Um time formado por homens e mulheres traz mais diversidade de pensamento, o que torna a resolução de problemas mais fácil, aumenta a criatividade e proporciona a inovação na solução de tarefas. A psicóloga carazinhense explica que as diferenças entre os homens e mulheres devem coexistir, jamais competir. “A mulher é sistêmica, enxerga e faz muitas coisas ao mesmo tempo. O homem é mais focado, mais direto e objetivo e essas duas visões juntas são de uma riqueza incomparável”, reforça Valéska.

As mulheres na logística

Há alguns anos, a participação feminina na logística era algo quase que impensado. Hoje, graças a muito trabalho e dedicação, as mulheres atuam forte neste setor e vem conquistando cada vez mais espaço, com resultados significativos, em diferentes etapas do processo logístico.

No transporte rodoviário de cargas, por exemplo, mesmo que de forma lenta, o aumento do número de mulheres é perceptível. Atualmente no Brasil, elas representam cerca de 17% dos trabalhadores no transporte, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, sendo que o número de mulheres caminhoneiras é de aproximadamente 2,8%. De acordo com a diretora-executiva da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, Edmara Claudino, a divergência entre gênero não deve mais existir. “Percebemos inovações com a chegada das mulheres, isso é muito importante. É assim que conseguiremos nosso espaço, mostrando trabalho e competência”. 

Representatividade e exemplo

Ter exemplos de mulheres ocupando cargos de liderança ou funções antes exercidas apenas  por homens incentivam e encorajam outras mulheres a também buscarem novas ocupações. É preciso reconhecer a liderança feminina e incentivar uma a outra a buscar seu espaço. Uma pesquisa apontou que 34% dos cargos de diretoria executiva no setor de transportes são ocupados por pessoas do sexo feminino no Brasil, 5% acima da média global. Porém,a desigualdade entre homens e mulheres ainda é grande em cargos de alto e médio escalão. 

Por isso, é preciso que a sociedade também faça a sua parte. As empresas precisam ter um olhar diferenciado para a mulher, enxergar todo potencial que ela carrega, sempre respeitando o fato de ser mulher. Para Valéska, é preciso cuidar dos espaços femininos para, cada vez mais, mudar esse cenário que ainda é muito masculino. "Homens e mulheres precisam se unir diante dessa realidade. Uma sociedade mais respeitosa, uma empresa mais igualitária, permite um desenvolvimento maior de todas as potencialidades das pessoas e, por consequência, da empresa e da própria sociedade”. 

Apesar do cenário já estar mudando, ainda há espaço para avançarmos mais. A estrada para aumentar a participação das mulheres no transporte deve ser percorrida com a participação ativa de todos os envolvidos. Igualdade e empatia farão toda a diferença nesta caminhada. Tem muito espaço para todas as mulheres que querem se desenvolver, contribuir e trazer resultado para as organizações. Vamos lá?